quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Cadê a tampa da minha panela, o chinelo do meu pé cansado, a metade da minha laranja?

Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, andar de mãos dadas com ele na praia, ser carregada no colo, filhos, casinha no campo com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana. Quero sambão com churrasco e as famílias reunidas.
Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama.
Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso.
Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor.
Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território.
Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre.Que respeite meus enjoos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humo. Que seja lindo de uma beleza que me encha de amor e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina.
E quando eu tiver tudo isso e uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição feliz não passa de uma união solitária de aparências" vou ter pena desse coração solitário que ainda não encontrou o verdadeiro amor.


             -Tati Bernardi -