sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Não se apaixone por mim!
Menino, vou te dizer uma coisa: Não se apaixone por mim. Definitivamente
nem pense nisso! Não sou o tipo de nora que toda sogra sonha e não
quero ter filhos. Não sou tão boazinha quanto aparento e odeio
delicadezas. Então, não se apaixone por mim menino. Eu nunca fui a mais
bonita da turma, não sou tão inteligente, odeio matemática e com certeza
eu não perderia noites de sono pensando em você. Você não pode se apaixonar por mim, não faça
isso para o seu próprio bem. Eu falo alto, brigo por quase nada e sou o capeta em pessoa quando to de TPM. Menino,
eu não seria a namorada dos seus sonhos Não. Definitivamente não se apaixone por mim. Não sei praticar
esportes, não decoro regras, odeio filosofias de quinta, não sei
cozinhar, lavar, engomar, gosto mesmo é da bagunça. Menino, minhas
piadas são sem graça, não sei ser romântica, aliás, tudo isso me dá
náuseas. Eu sou preguiçosa de mais. Menino, eu não
estou brincando, não sou diferente daquelas meninas que te fizeram
sofrer, talvez eu seja até pior! Não se apaixone por mim, você não
precisa se decepcionar para aprender, eu estou avisando.
É bom ficar sabendo..
Eu não sou legal, não mesmo. Acho que sempre tenho razão e quando minhas
previsões dão certo olho com a cara mais abominável do mundo, dou um
sorriso irônico e falo o clássico eu-te-avisei. Não sei receber elogios, fico sem
saber o que fazer, me atrapalho e acabo trocando de assunto – quando
não troco as pernas e tropeço em algum canto de mim. Sorrio para
disfarçar desconfortos. não sou a-toda-boa, a toda alegre o tempo todo, a toda amorosa
constantemente. Eu sou estranha, tenho gestos e pensamentos e encanações
e neuras e filosofias viajantes e temperamento salgado e toda uma série
de e's que não consigo ajustar aqui, agora, pra você, talvez por não
saber ajustá-los nem pra mim. Mas deixa isso tudo pra lá, eu e a minha
estranhice, estranheza, estranhagem, estranhamento, estranhação.
Estranha ação. É isso aí, sou cheia de estranhas ações. Uma delas é
tentar explicar o sentido de uma coisa que nem sentido faz.
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